A adolescente Ketlyn Lohany, de 13 anos, deixou o Hospital Regional nesta sexta-feira (14) e conversou com a TV Cidade Record, durante o programa Cidade Alerta, após superar as perfurações no pulmão, virilha e abdômen. O ataque ocorreu na Escola Estadual Domingos Aparecido dos Santos, quando um aluno de 16 anos avançou contra ela durante o recreio e a golpeou várias vezes com um canivete. Um colega de 15 anos tentou intervir e sofreu um corte na mão.
Ketlyn relatou alívio após a recuperação do hemopneumotórax, quadro que exigiu drenagem torácica. “Eu estou bem, graças a Deus. Estou me recuperando bem melhor. Não estou sentindo mais dor. Já tirei o dreno, foi aliviante. E eu queria agradecer os povos que me salvou, o Samu, o médico que me ajudou, cuidou de mim. Agradecer a todos que doaram sangue, que se preocuparam comigo de mandar mensagem, os que me visitaram. Agradecer a todos os presentes que recebi. Muito obrigada a todos”, declarou.
A família comemorou a saída do hospital, lembrando que a adolescente recebeu transfusão de sangue na quinta-feira (13), o que ajudou na estabilização do quadro. A campanha por doadores mobilizou centenas de pessoas na cidade e lotou o Banco de Sangue.
A mãe da adolescente também comentou o livramento da filha e rejeitou a versão de bullying levantada pelo agressor.
“Eu louvo a Deus pela vida da minha filha. Aquele jovem atacou sem motivo. Minha filha nunca teve contato com ele. Conversei com ela e com meu filho mais velho, que estuda na mesma sala do irmão dele. Eles nunca conversaram com esse menino. Essa história de bullying não procede. Ele atacou minha filha e ainda demonstrou intenção de tirar a própria vida. Enxerguei dois livramentos naquele dia”, afirmou.
A mãe afirmou ainda que nenhum familiar do agressor procurou a família até o momento.
“Ninguém nos procurou. Eu soube que eles moram uma rua abaixo da minha casa, mas nunca tivemos contato”, disse.
Em trecho final da entrevista, ela reforçou que não sente ódio pelo agressor e demonstrou fé ao comentar o episódio.
“Eu não tenho mágoa desse menino de maneira nenhuma, não tenho ressentimento. Eu vivo o que eu prego, eu sirvo a Deus. A palavra diz que a gente tem que amar os que nos amam e amar os que nos odeiam. O que eu desejo pra esse menino é que Deus ilumine o caminho dele. A lei da semeadura existe, então o que ele plantou ele vai colher, mas não vai ser por mim. Que Deus transforme a vida dele e que isso não se repita. Hoje estamos sorrindo, mas poderíamos estar chorando pela vida da minha filha.”
A adolescente permanece em observação domiciliar nos próximos dias e seguirá acompanhamento médico enquanto se recupera das perfurações internas.
Vídeo:
